sábado, 12 de maio de 2007

Com a pica toda é aproveitar

Ora hoje dou-me para estar com a pica toda portanto, sem ideias, com Xutos a tocar (mais os rammstein e os appleseed cast)vamos escrever merda agora. Mas atenção não é merda má. Só merda mas é da boa. Da filosófica.
Há dois dias tive uma das maiores conversas filosóficas da minha vida. Ajuda que fosse esta conversa com um estudante de filosofia que por acaso é das pessoas que mais merda diz (especialmente quando nos pomos os dois a falar de merda!), um ilustríssimo amigo meu que comigo já passou pelas maiores merdas e me ajudou a passar pelas maiores merdas da minha vida (como eu disse no início agora é só sobre merda!)
Ora vamos começar a falar a sério. Segundo, creio eu, Kant, o espaço, o tempo e a causalidade são ideias entranhadas na nossa forma de pensar, mas não existem. Grande homem este Kant! Portanto segundo ele (talvez com alguma deturpação das suas ideias) nós não estamos em lugar algum em momento nenhum e, ao mesmo tempo, estamos em todo o lado o tempo todo. Isto aplicado à prática ser-nos-ia muito útil. Já viram a ajuda que seria nos testes de história? Pergunta: Quem matou Joana D'Arc? Resposta: Ora bem! O professor disse que eram Os Burgundêses, mas segundo estou a ver foi o Papa Pio IX que acendeu a fogueira.
Filosofia é a maior coisa que existe. Se eu escrever neste blog, mas ninguém vier ver, será que este post e este blog existem? Uma das armadilhas filosóficas para contornar as coisas. Se ninguém tomar conhecimento de alguma coisa será que essa coisa existiu? Ora isto pode vir a servir de muito à defesa num julgamento em tribunal
Juiz-"matou a sua mulher vai para a cadeia"
Réu-"O senhor juíz como sabe?"
j-"todas as provas apontam para si"
Advogado de Defesa-"Sim mas não há testemunhas! Portanto se ninguém viu o crime será que ele existiu?"
Ora e aqui temos dúvida razoável! Ninguém viu o gajo a matar a mulher! Só o viram a arrastar um saco de lixo coberto de sangue a cantar "matei-te mulher anda agora dizer que... Hei não olhem para o saco carago!".
Escusado será dizer que isto são deturpadas e extremas visões do pensamento filosófico, mas que no fundo dão que pensar. O que é que realmente essas mentes brilhantes nos queriam dizer? Onde começa e onde acaba cada um dos seus pensamentos e das suas visões?

3 comentários:

Mel disse...

Somos omnipresentes em relação ao nosso pensamento. Num segundo podes dar a volta ao mundo. No outro estás no mesmo sítio onde estavas antes de iniciar a viagem. O pensamento é a nossa maior arma. Fazemos tudo o que queremos, somos quem quisermos, isto no mundo imaginário que acaba por não ser assim tão imaginário quando comparado com este. Realmente as coisas não existem por si. Mas no teu pensamento tudo é possível e tudo existe. Kant foi grande porque teve o bom senso de dizer que para haver entendimento é necessário razão e sensação, isto quando os empiristas e os racionalistas "andavam em guerra". Descobriu a receitar para nos fazer feliz: dois dedos de testa e bastante emoção. O problema é que pouca consilia os dois...
A Filosofia é merda. Mas deve ser das melhores merdas que há...

Perséfone disse...

Kant deu-me muitas dores de cabeça no secundário, consegui interiorizar parte do que o homem teorizava, mas nunca dentro de mim se iluminou aquela luzinha do "ah e tal isto de facto faz sentido para mim", o que não impede ou invalida, logicamente que faça para outro individuo qualquer.

Lembro-me que aqui atrasado, uma amiga minha chegou a casa com a seguinte frase que um prof dela lançou: se uma árvore cair no meio da floresta e ninguém estiver lá para a ouvir será que fez barulho? (note-se que ela é estudante de produção e tecnologias da música, isto não surgiu do nada)


A mim parece-me um pouco presunçoso do ser humano começar a ponderar sequer que as coisas não existem se não estiver lá um organismo vivo com sistema nervoso central e cérebro para interpretar a informação libertada. Então se nós admitimos a existência de som, ainda que não o ouçamos porque um animal reage a ela, porque é que alguns de nós tem alguns problemas em admitir que as coisas existem independentemente da nossa presença?

O pensamento é sem duvida uma forma de reforçar a existência, talvez de a afirmar e de a provar, esquematizar, registar, etc. Mas não me parece de todo que seja isso que a defina.


Esta é uma daquelas discussões que não tem resposta, porque não há conhecimento, não há pensamento ainda que a tenha conseguido deslindar e verbalizar.

Por vezes esta vontade toda do ser humano racionalizar tudo irrita-me e dá-me a volta ao miolo. Esta relutância em aceitar que somos tão importantes, (ou menos) que uma árvore ou um grão de areia é um pouco incompreensível para mim.

Não consigo evitar pensar, que é por esta mania de que o pensamento é tão fixe e tão superior a tudo o resto que se fode o equilíbrio do mundo e se gera a estupidez, que é nesta forja que se criam os maiores idiotas do mundo. Felizmente que há excepções.



(não reli o comentário e provavelmente fugi ao assunto que querias trazer à baila, mas estou cansada e vou-te pedir que me perdoes prováveis gralhas e falta de pensamento coerente.)

Rita. disse...

Só tenho uma coisa a dizer...concordo com a Melanie ali no seu último parágrafo: "A Filosofia é merda. Mas deve ser das melhores merdas que há..."!

Quanto ao resto reservo-me, com o prazer que a filosofia me dá!

;)